domingo

Sol em Ré




Quando as bestas se juntam
para avivar as chamas do preconceito
não se reconhecem no animal irracional…

Encurralam-se em seus espelhos
para, em nome de uma pretensa moral
nutrida por seus maus costumes,
tentarem aniquilar
o sentido mais humano da palavra igual, -
aquele que deveria derramar-se
sobre todos os homens…
O igual que é também o diferente;
ponto de encontro divino,
capaz de transformar em amor
o que deveria ser nada mais
que um significado em oposição,…
um mero antônimo.

Palavras são usadas, sim.
Elas não agem sozinhas.
Há mentes a pensá-las
para todo e qualquer fim.
Mas palavra palavra
não tem preconceito, não.
Têm mais alma
que muitos homens…

Palavra!

ju rigoni (1997)


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2 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Querida Ju, há 14 anos já escrevias tão bem.
Mas agora és melhor poeta.
Não li tudo o que escreveste nessa época para a comparar com a de agora. Por isso, é apenas a impressão que eu tenho, pois que a certeza não tenho...
Beijo grande, minha grande amiga...

manuela baptista disse...

poema forte!

o preconceito mata

e as suas, são como deveriam ser todas as palavras

um beijo

manuela